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Como funciona sua configuração DNS?

O que é DNS e como funciona sua configuração?

O DNS (Domain Name System) é um sistema essencial para a navegação na internet, pois traduz nomes de domínio (como “exemplo.com”) em endereços IP (como “192.168.1.1”), permitindo que os dispositivos se comuniquem corretamente. Sem o DNS, seria necessário lembrar o endereço IP de cada site que queremos acessar.

Como funciona a configuração DNS?

A configuração do DNS envolve a criação e o gerenciamento de registros DNS, que orientam os servidores sobre como lidar com os pedidos de acesso ao domínio. Isso é feito através de um servidor de nomes (Name Server), geralmente configurado no painel de hospedagem ou em um serviço especializado de gerenciamento de DNS.

Cada domínio pode ter diversas entradas DNS configuradas para desempenhar funções específicas. As mudanças no DNS não são instantâneas, pois dependem da propagação DNS, que pode levar de minutos a 48 horas para se espalhar globalmente.

Como funciona a propagação DNS?

A propagação DNS ocorre quando uma alteração nos registros DNS é feita e precisa ser atualizada nos servidores ao redor do mundo. Esse processo não é imediato porque os servidores DNS armazenam cópias temporárias dos registros para melhorar o desempenho e reduzir a carga na rede.

Os principais fatores que influenciam a propagação incluem:

  • TTL (Time to Live): Cada registro DNS tem um tempo de vida definido, que determina por quanto tempo os servidores DNS podem armazenar informações antes de buscar uma atualização.
  • Cache de ISPs: Provedores de internet (ISPs) podem armazenar informações DNS em cache, o que pode atrasar a atualização para os usuários.
  • Distribuição global: Como os servidores DNS estão espalhados pelo mundo, a atualização pode ocorrer em momentos diferentes para diferentes regiões.

Para verificar a propagação, ferramentas como “WhatsMyDNS” e comandos como nslookup ou dig podem ser utilizados para conferir se as mudanças já estão refletidas em diferentes servidores DNS.

Endereços IPv4 e IPv6

Os endereços IP (Internet Protocol) são fundamentais para a comunicação entre dispositivos na internet. Existem dois tipos principais: IPv4 e IPv6.

O que é IPv4?

O IPv4 (Internet Protocol version 4) é o padrão mais antigo e amplamente utilizado. Ele utiliza um endereço de 32 bits, permitindo um total de aproximadamente 4,3 bilhões de endereços únicos.

  • Formato: Endereços IPv4 são representados por quatro grupos de números de 0 a 255, separados por pontos.
    • Exemplo: 192.168.1.1
  • Limitação: Com o crescimento da internet, a escassez de endereços IPv4 se tornou um problema, pois a quantidade disponível não é suficiente para atender à demanda global.
  • Soluções temporárias: Técnicas como NAT (Network Address Translation) foram adotadas para mitigar a escassez de endereços IPv4, permitindo que múltiplos dispositivos compartilhem um único IP público.

O que é IPv6?

O IPv6 (Internet Protocol version 6) foi criado para substituir o IPv4 e resolver suas limitações. Ele utiliza endereços de 128 bits, permitindo um número extremamente maior de endereços únicos (aproximadamente 340 undecilhões de endereços, ou seja, 3,4 × 10³⁸).

  • Formato: Os endereços IPv6 são representados por oito grupos de quatro caracteres hexadecimais, separados por dois pontos :.
    • Exemplo: 2001:db8::ff00:42:8329
  • Vantagens:
    • Expansão massiva do espaço de endereços.
    • Melhor eficiência e segurança na comunicação.
    • Remoção da necessidade de NAT, simplificando a conectividade.
    • Melhor suporte para dispositivos IoT e redes modernas.

Principais tipos de entradas DNS

  1. A (Address Record)
    • Associa um domínio a um endereço IPv4.
    • Exemplo: exemplo.com → 192.168.1.1
  2. AAAA (IPv6 Address Record)
    • Similar ao registro A, mas para endereços IPv6.
    • Exemplo: exemplo.com → 2001:db8::ff00:42:8329
  3. CNAME (Canonical Name Record)
    • Cria um alias para outro domínio.
    • Exemplo: blog.exemplo.com → exemplo.com
  4. MX (Mail Exchange Record)
    • Define os servidores responsáveis pelo recebimento de e-mails do domínio.
    • Exemplo: exemplo.com → mail.exemplo.com (prioridade 10)
  5. TXT (Text Record)
    • Armazena informações textuais usadas para autenticação de e-mails (SPF, DKIM) e outras verificações.
    • Exemplo: v=spf1 include:_spf.exemplo.com ~all
  6. NS (Name Server Record)
    • Define os servidores responsáveis pela gestão do DNS do domínio.
    • Exemplo: exemplo.com → ns1.hosting.com, ns2.hosting.com
  7. SRV (Service Record)
    • Especifica serviços específicos, como VoIP e autenticação.
    • Exemplo: _sip._tcp.exemplo.com → sipserver.exemplo.com
  8. PTR (Pointer Record)
    • Usado para DNS reverso, associando um IP a um domínio.
    • Exemplo: 192.168.1.1 → exemplo.com
  9. CAA (Certification Authority Authorization)
    • Define quais autoridades certificadoras podem emitir certificados SSL para o domínio.
    • Exemplo: exemplo.com → issue "letsencrypt.org"

Quantidade de Servidores DNS no Mundo

O Sistema de Nomes de Domínio (DNS) é sustentado por uma infraestrutura global composta por diversos servidores distribuídos ao redor do mundo. No topo dessa hierarquia estão os servidores raiz, que são fundamentais para a resolução de nomes de domínio.

Originalmente, havia 13 servidores raiz, cada um identificado por uma letra de A a M. Devido a limitações técnicas na arquitetura inicial do DNS, especificamente relacionadas ao tamanho dos pacotes UDP, o número de endereços IP para servidores raiz foi limitado a 13.

No entanto, com o avanço da tecnologia, especialmente com o uso de anycast, cada um desses 13 endereços IP agora é suportado por uma rede de servidores distribuídos globalmente. Isso significa que, embora existam apenas 13 endereços IP para os servidores raiz, há centenas de instâncias físicas desses servidores espalhadas pelo mundo, garantindo redundância e eficiência no sistema DNS.

Normativas e Consensos para o Funcionamento Integrado

O funcionamento coeso e integrado dos servidores DNS em todo o mundo é garantido por meio de normas e padrões estabelecidos por organizações internacionais. A Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN) é a principal entidade responsável pela coordenação do DNS, incluindo a gestão dos servidores raiz e a delegação de domínios de topo (TLDs).

Além disso, a Internet Engineering Task Force (IETF) desenvolve e promove padrões técnicos para a internet, incluindo os protocolos e especificações relacionados ao DNS. Documentos como os Requests for Comments (RFCs) detalham os protocolos e práticas recomendadas que asseguram a interoperabilidade e a segurança do sistema DNS global.

A adesão a esses padrões e a colaboração contínua entre organizações, administradores de sistemas e governos são essenciais para manter a estabilidade e a eficiência do DNS, permitindo que usuários em qualquer parte do mundo possam acessar recursos na internet de maneira confiável.

Considerações finais

A configuração correta do DNS é crucial para o funcionamento adequado de um site, envio de e-mails e outros serviços online. Sempre que realizar alterações nos registros DNS, é importante considerar o tempo de propagação e verificar se os ajustes foram aplicados corretamente.

Para facilitar a gestão, recomenda-se o uso de serviços de DNS gerenciados, como Cloudflare, Google DNS ou os painéis oferecidos por provedores de hospedagem.

Referências

cloudflare.com

Evaldo Abreu

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