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A invenção da imprensa. Uma grande revolução [ a Prensa ]

A Invenção da Imprensa por Gutenberg

A Invenção da Imprensa. Como tudo surgiu

Relatos históricos indicam que as técnicas de impressão foram criadas na China, por volta do ano de 700 dC. Tais técnicas surgiram como uma derivação de processos de polimento e estampagem, muito comuns na época.

A partir de então, o que se viu foi uma sequência de evoluções técnicas e procedimentais, que culminaram com a criação do tipo móvel por Pi Sheng (畢昇), entre os anos de 1041 e 1048 (durante a dinastia Sung).

A Era Dourada da Tipografia Chinesa

No século XI, durante a Dinastia Song do Norte (960-1127), a China era uma das nações mais avançadas tecnologicamente no mundo. Pi Sheng, um inventor e impressor, estava ansioso para melhorar a técnica de impressão manual que era predominante na época. Ele observou que a escrita manual em blocos de madeira era trabalhosa e demorada, e qualquer erro significava que o bloco inteiro precisava ser refeito.

O tipo móvel de Sheng caracterizava-se pela modelagem de ideogramas em amálgamas de argila, endurecidas e cozidas no fogo, em um processo muito semelhante ao da fabricação de porcelana.

No século XIII, tais métodos atingiram maior grau de maturação, com a Coréia desempenhando um papel fundamental. Neste período, foram desenvolvidas as formas de tipo móvel de metal, a partir de técnicas de fundição de moedas. Esta inovação acabou por instigar as autoridades públicas coreanas, que passaram a investir e estimular a produção em massa de livros e demais publicações.

O Tipo Móvel de Pi Sheng

A solução engenhosa de Pi Sheng foi o uso de argila para criar peças individuais de tipos móveis. Em vez de esculpir um bloco inteiro de madeira, ele esculpia caracteres chineses em pequenas peças de argila, cada uma representando um único caractere. Essas peças eram, então, dispostas e organizadas para formar páginas completas.

Esse sistema de tipos móveis permitia uma flexibilidade que revolucionou a produção de textos. Se um erro fosse cometido, era muito mais fácil substituir apenas o caractere problemático em vez de recriar a página inteira. Além disso, o processo era muito mais rápido do que a gravação de blocos de madeira.

Limitações e Desafios

Apesar de sua inovação, o tipo móvel de Pi Sheng tinha suas limitações. A argila era frágil e propensa a quebrar, o que limitava a quantidade de cópias que poderiam ser feitas. Além disso, a complexidade da escrita chinesa, com milhares de caracteres diferentes, tornava o processo de criação e organização dos tipos móveis um desafio considerável.

O Legado de Pi Sheng

Embora a invenção de Pi Sheng não tenha se espalhado amplamente na China antiga, seu trabalho foi notável por suas contribuições para a tipografia e a impressão. Sua ideia de tipos móveis antecipou os avanços de Gutenberg na Europa por vários séculos.

A invenção de Pi Sheng destaca a importância da inovação e do pensamento criativo na disseminação do conhecimento. Sua técnica pioneira estabeleceu as bases para o desenvolvimento posterior da tipografia e da impressão, que acabariam por transformar o mundo, tornando a informação mais acessível e acelerando o progresso da civilização.

O surgimento da prensa na Europa

Somente a partir do final do século XIV é que os primeiros blocos de impressão surgiram na Europa. Consta que por volta do ano de 1409 começaram a surgir as primeiras publicações impressas com esta técnica.

Neste contexto, surge a figura de Johann Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg, um ouvires (fabricante e negociador de prata e ouro) nascido em Mainz, na Alemanha. Gutenberg fez suas primeiras experiências com impressão em 1440 e promoveu significativas inovações.

No próximo post desta série, são abordados detalhes dessas invenções, com especial destaque para a composição da Bíblia de 42 linhas (B-42), considerada a obra mestra de Gutenberg.

 

Para saber mais:

A Mídia e a Modernidade
John B. Thompson
Editora Vozes, 2001

The History of Information

Enciclopédia Britânica

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