O Sêder é uma das partes mais importantes da celebração do Pessach (ou Páscoa Judaica). Ele é realizado nas duas primeiras noites da festividade (ou apenas na primeira noite em Israel) e consiste em um jantar ritualístico repleto de símbolos e significados. A palavra “Sêder” significa “ordem” em hebraico, referindo-se à ordem específica em que as cerimônias e refeições devem ser realizadas.
O Sêder é mais do que uma refeição: é uma forma de recontar e reviver a história da libertação dos judeus da escravidão no Egito, conforme relatado no Êxodo. Através de orações, canções e a participação ativa dos presentes, especialmente das crianças, o Sêder é uma experiência educacional que busca manter viva a memória do Êxodo e transmitir essa história de geração em geração.
O centro do Sêder é a Hagadá, o livro que narra a história da saída do Egito e que contém as orações, passagens e rituais a serem seguidos durante a noite.
O Sêder segue uma ordem clara e inclui 15 etapas específicas. Cada uma tem um propósito simbólico e profundo. Alguns exemplos incluem:
Mas a parte mais conhecida do Sêder gira em torno dos alimentos servidos, cada um carregando um significado simbólico ligado à experiência da escravidão e da libertação.
No centro da mesa, há um prato chamado Keará, que contém seis alimentos simbólicos. Cada um deles relembra uma parte importante da história do Êxodo e da experiência dos israelitas no Egito. A seguir, explicamos cada um deles:
Durante o Sêder, são bebidos quatro copos de vinho, cada um simbolizando uma das quatro promessas de redenção feitas por Deus ao povo de Israel, conforme relatado no Êxodo:
O vinho é uma bebida de celebração, e beber esses copos representa a alegria da liberdade.
Uma das partes mais esperadas do Sêder, especialmente pelas crianças, é a busca pelo afikoman. Durante a etapa do Yachatz, um pedaço do matzá é quebrado e escondido. As crianças então saem em busca do afikoman, e quem o encontrar o “resgata”, geralmente em troca de um pequeno prêmio. Esse gesto mantém a participação dos pequenos no ritual e ajuda a manter viva a tradição do Sêder.
Outro momento essencial do Sêder é quando a criança mais nova da mesa faz as famosas quatro perguntas (Ma Nishtaná), perguntando por que esta noite é diferente de todas as outras. Essas perguntas dão início à narrativa do Êxodo, permitindo que a história seja contada de uma forma que as novas gerações possam compreender e internalizar.
O Sêder é uma oportunidade para se reconectar com a história, a fé e a comunidade. Ele convida os participantes a refletirem não só sobre a história do Êxodo, mas também sobre suas próprias jornadas de libertação e desafios. A ideia de se libertar da “escravidão” pode ser interpretada de várias formas, seja ela física, emocional ou espiritual.
Além disso, a transmissão dessa história e desses valores é parte fundamental da cultura judaica, garantindo que o legado do Êxodo permaneça vivo e relevante em cada nova geração.
O Sêder é muito mais do que uma simples refeição; é um ritual repleto de significado, onde cada alimento, gesto e palavra carrega a memória de uma das histórias mais importantes do judaísmo: a libertação da escravidão no Egito. Ao seguir essa “ordem” do Sêder, os judeus em todo o mundo se conectam com sua história, sua fé e uns com os outros, preservando uma tradição milenar que ainda ressoa nos dias de hoje.
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